OBSTÁCULOS NA EDUCAÇÃO E INCLUSÃO DE SURDOS NO BRASIL
Tendo em vista
as especificidades das pesquisas realizadas em alguns países, é possível
destacar que há um esforço para diminuir os obstáculos enfrentados pelos surdos
na sociedade, métodos são constantemente testados com intuito de facilitar à
educação e inclusão dos surdos.
Perdinelli e
Verenguer (2008, p. 35) afirmam que “participar de um processo inclusivo é
estar predisposto a considerar e a respeitar as diferenças individuais, criando
a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros (...).”
No Brasil, os
obstáculos que dificultam a aprendizagem e comunicação do surdo ainda é uma
realidade, no entanto, existem projetos e Leis que tentam minimizar essas barreiras,
como a Federação Nacional de Educação dos Surdos (FENEIS) que tem a seguinte
colocação em relação às propostas de Educação Inclusiva para Surdos e de
Integração de alunos Surdos na Escola Regular:
Os alunos Surdos devem ser atendidos em Escolas Bilíngues para Surdos, desde a mais tenra idade. Estas escolas propiciarão às crianças Surdas condições para adquirir e desenvolver a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como primeira língua, e para aprender a Língua Portuguesa (e/ou outras línguas de modalidades oral-auditiva e gestualvisual), como segunda língua, tendo oportunidade para vivenciar todas as outras atividades curriculares específicas de Ensino Pré-escolar, Fundamental e Médio em LIBRAS (FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E INTERAÇÃO DOS SURDOS, 2012).
Nesse âmbito,
é necessário que o espaço escolar obtenha as condições linguísticas e culturais
da criança surda, buscando resultados positivos para uma aprendizagem
significativa, tais pressupostos, necessita da formação de profissionais que
dominem a língua de sinais e que identifiquem o surdo não como um problema, mas
como alunos que terão um aprendizado que utiliza a língua de sinais como L1 e a
língua portuguesa como L2, criando um ambiente com métodos que venham facilitar
esse aprendizado, pois muitos adultos surdos tem um desenvolvimento
comprometido
por terem sido educados baseado na oralização e não tiveram contato com a
língua de sinais no primeiros anos de vida.
A escola inclusiva objetiva ensinar a conviver com as diferenças, dentro desse
contexto, Martins aborda da seguinte
forma:
Uma escola inclusiva é aquela que educa todos em classes regulares, onde todos têm oportunidades educacionais adequadas, possuem desafios a vencer de maneira coerente com as suas condições, recebem apoio juntamente com seus professores, são aceitos e ajudados pelos demais membros da escola.( 2001, p.30, grifo nosso).
Por fim,
verifica-se que as dificuldades enfrentadas pelos surdos não se trata apenas de
sua audição, mas das limitações impostas pela sociedade no âmbito social,
educacional e familiar. Percebe-se que a criança surda deve ter acesso à
educação infantil tendo como L1 a língua de sinais que é sua língua materna,
ampliando bases indispensáveis na construção do seu conhecimento e
desenvolvimento, em que o acesso precoce aos métodos diferenciados de
comunicação, cognitivos, psicomotores, sociais e a convivência com as
diferenças beneficiam as relações interpessoais, o respeito e a valorização da
criança.
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