O que a bíblia diz sobre votos?
Os votos nas Escrituras eram expressões voluntárias de devoção e poderiam ser feitos tanto por homens quanto por mulheres. Ao mesmo tempo, uma vez pronunciados em voz alta e audível, tornavam-se deveres sagrados (Dt 23:21-23) e poderiam ser:
POSITIVOS: uma promessa de dar alguma coisa (hebr. neder, lit. “voto”)
NEGATIVOS: uma promessa de se abastecer de algo (hebr. Issar, lit. “obrigacao”).
No Antigo Testamento os votos eram frequentemente promessas condicionais feitas a Deus, e dependiam que ele fizesse algo para promover um ato de devoção. Este foi o caso de Ana. Ela prometeu que, se Deus lhe desse um filho, iria dedicá-lo ao Senhor (1 Sm 1:11). Por outro lado, alguns votos eram feitos unicamente como expressão de devoção pessoal independente de quaisquer condições, como o voto de Rute a Noemi (Rt 1:16-17). Praticamente qualquer coisa poderia ser prometida a Deus por um voto, que poderia ser redimida com dinheiro – o valor atribuído ao item mais pessoa mais um quinto (Lv 27). Este votos eram feitos no contexto do culto. Número 30 acompanha a discussão sobre ofertas e festas. Em gratidão “por todos os seus benefícios”, o salmista cumpria seus votos “ao Senhor” (Sl 116:12-14).
Em números 30, os votos cobrem quatro classificações de mulheres: solteiras vivendo com seus pais (vs. 3-5); solteiras que fizeram um voto, mas se casaram antes que fosse cumprido (vs. 6-8); viúvas ou divorciadas (v.9); é casadas (vs. 10-15). Um marido podia vetar o voto de sua esposa e um pai poderia fazer o mesmo com relação à sua filha, mas o veto deveria ser pronunciado quando eles ouvissem o voto feito pela primeira vez. O princípio subjacente a este veto era a proteção devida às mulheres por aqueles que eram responsáveis por elas – o pai por sua filha (v. 5) e o marido por sua esposa (v. 13). Quando vetado, o voto quebrado não incorria em culpa nem era punição para a mulher (vs. 5,8). A maior obrigação caia sobre aquele que era responsável pela proteção da mulher (v. 15). A esposa e a filha não estariam presas nem mesmo a um voto espiritual se o marido ou o pai de alguma forma as proibisse de mantê-lo (Nm 30:8). Viúvas e divorciadas não eram afetadas por vetos (v. 9).
A promessa mais sagrada feita nas Escrituras – o voto que não pode ser quebrado – é a aliança que Deus fez com seu povo. Por várias vezes Deus repetiu o seu voto de manter as promessas que havia feito a Abraão e a Israel (Gn 22:16-18); Sl 89:35; Is 45:23; Jr 44:26; Am 6:8). O Novo Testamento confirma o fato de que as promessas de Deus são juramento (Lc 1:73-75; At 2:30; Hb 7:20-25).
Jesus ensinou que a palavra ou promessa de uma pessoa vale tanto quanto um juramento sagrado, não importando a inteligência ou engenhosidade de seu fraseado (Mt 5:33-37). Quer condicional ou não, votos são feitos para serem cumpridos, e um voto não cumprido é pior do que voto nenhum (Ec 5:4-5).
Fonte: Bíblia da mulher, SBB, p. 239. (grifo nosso)
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