Livro o peregrino sobre a mesa

 Um livro excepcional, fantástico, magnífico, esplêndido é  esta maravilhosa obra-prima de John Bunyan (1628 – 1688), “O peregrino” (The Pilgrim's Progress), que há mais de três séculos permanece sendo o segundo livro cristão mais lido do mundo. Foi escrito em duas partes, a primeira foi publicada em 1678 e a segunda em 1684, e sua edição em um único volume em 1728. “O peregrino” é uma alegoria cristã e narrar a história de um Cristão que sai da Cidade da Destruição rumo a cidade Celestial.

Quem se afasta do caminho da sensatez repousará na companhia dos mortos” (Pv 21:16).

Capa do livro o peregrino
Sinopse: O PEREGRINO, DO INGLÊS JOHN BUNYAN, MANTÉM-SE ATUAL PORQUE TRATA DA ESSÊNCIA DA VIDA HUMANA: A BUSCA DA FELICIDADE Como o leitor perceberá nesta história alegórica, o que o personagem Cristão enfrenta em sua caminhada da Cidade da Destruição para a Cidade Celestial não é diferente do que sempre aconteceu e ainda está presente na trajetória da humanidade: perigos, maldades, traições, mas também boa vontade, sabedoria e esperança. Traduzido em mais de 200 idiomas, O Peregrino cativa ainda pela beleza e simplicidade do texto. Nesta versão atualizada, Claudio Blanc usa a linguagem de hoje, sem deixar escapar nada da riqueza do original. Ele recria nomes de personagens, bons e maus, bem fiéis ao que se vê hoje no Brasil e pelo mundo afora, como Amor-ao-Dinheiro, Bajulação, Caridade, Duas Caras, Glória Mundana, Hipocrisia, Ignorância, Legalidade, Ócio, Piedade, Pretensioso e Vira-Casaca.

Título: O Peregrino (The Pilgrim's Progress) | Autor: John Bunyan | Editora: ‎‎Jardim dos Livros (1ª Ed. 2019) | Gênero: Religião | Páginas: 224 | Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐


Narrado  em terceira pessoa, o livro descreve um sonho do próprio narrador. Por ter sido perseguido e preso algumas vezes, alguns acreditam que Bunyan conta seu próprio sonho, sendo ele mesmo o peregrino, que escreveu o livro durante sua segunda prisão. Nesse sonho, um homem chamado Cristão, que está espiritualmente abatido, e ao ler um livro fica extremamente angustiado, ao saber que sua cidade seria destruída com “fogo do céu” e portado um grande fardo nas costas deseja saber o que fazer para ser salvo. Sem saber como agir, Cristão encontra um homem chamado Evangelista que o instrui a fixar os olhos na luz na direção da porta estreita. Assim, ele decide deixar tudo para trás, e em busca de aliviar o peso que carrega segue para cidade Celestial. Cristão é um homem comum, de vida simples, casado e com filhos, que ao decidir abandonar tudo e iniciar uma jornada para longe da cidade da Destruição, é criticado tanto pela família quanto pelos moradores do lugar, assim, ninguém abandona a cidade, além de Cristão.


Cristão: “O que devo fazer para ser salvo?

“Para onde devo fugir?

Respondeu o Evangelista, apontando o dedo para um campo bem vasto:

— Vê lá longe aquela porta estreita? (Mt 7:13-14).

— Não.

— Vê lá longe aquela luz radiante? (Sl 119:105; 2Pe 1:19).

— Acho que sim.

— Pois fixe o olhar nessa luz, e suba direto até lá. Ao chegar, você verá a porta. Bata e lhe dirão o que deve fazer.

O trecho, acima citado, aborda o questionamento de um cristão que deseja seguir pelo caminho de luz, mas não sabe como fazer. Essa será a difícil,  mas recompensadora, peregrinação de alguém que almeja desfrutar da eternidade com Cristo. 


Todos os nomes dos personagens do livro são situações vivenciadas por um cristão ou características de pessoas boas ou más, que encontramos no decorrer desse percurso para permanecer nos caminhos do Senhor. Usando uma criatividade incrivelmente edificante, Bunyan descreve com maestria os obstáculos e glórias dessa jornada que o cristão terá ao percorrer pelo caminho que leva até a porta estreita, rumo a eternidade ao lado de Cristo. Aqui os conflitos internos e externos vivenciados por um cristão são apresentados como uma ficção, vividas de forma literal por Cristão e pelos personagens secundários.


Mas Senhor, será que um grande pecador como eu poderá de fato ser aceito por ti, e salvo por ti?”. E o ouvi dizer: “Quem vier a mim eu jamais rejeitarei” (Jo 6:37). Falei depois: “Mas como, Senhor, devo proceder contigo, quando for a ti, para que a minha fé se faça correta?”. E ele respondeu: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores. Ele é o fim da lei para justiça de todo aquele que crê. Ele morreu pelos nossos pecados, e ressuscitou para nossa justificação. Ele nos ama, e por seu sangue nos libertou dos nossos pecados. Ele é mediador entre Deus e nós. Ele vive sempre para interceder por nós” (1Tm 1:15; Rm 10:4,4:25; Ap 1:5; 1Tm 2:5; Hb 7:25).


Essa peregrinação rumo a cidade Celestial, trata-se da jornada que todos os cristãos enfrentam, quando optam por abandonar as coisas deste mundo para alcançar as coisas do céu, com todos os obstáculos enfrentados neste mundo em que é bem mais fácil deleitar-se com os prazeres da carne do que persistir, e não contaminar-se com ela. Assim, o livro instiga a realizar uma autoanálise de como tem sido no decorrer desse percurso, viver como um cristão genuíno, e não apenas um religioso que se intitula servo de Cristo, no entanto é servo do mundo.


Mesmo tendo sido escrito no século XVII, é um livro totalmente atual, pois os conflitos enfrentados por um cristão com  todas as estratégias que o diabo utilizava no passado, continuam a serem usados,  e tem feito muitos desviarem ou desistirem dessa peregrinação. Com certeza, após a leitura deste livro, é impossível não rever os próprios conceitos de como tem pensado, falado e agido. Viver um estilo de vida renovado para poder ser um “convidado do banquete do casamento do Cordeiro” (Ap. 19:9). 

Para finalizar, deixo um trechinho em que Esperançoso, amigo de Cristão, faz um clamor a Deus, o mesmo clamor que cada um de nós deve fazer,  reconhecer que somos miseráveis pecadores e precisamos das misericórdias de Deus.


— Declarei-lhe então que não saberia o que dizer quando lá chegasse, e ele me mandou dizer isto: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador que sou, e faze-me conhecer e crer em Jesus Cristo, pois sei que sem a sua justiça ou sem que eu tenha fé nessa justiça, certamente serei lançado fora. Senhor, ouvi dizer que tu és um Deus compassivo, que determinaste que teu Filho Jesus Cristo seria o Salvador do mundo, e que, além disso, tu estás disposto a concedê-lo ao pecador miserável que sou (e sou de fato pecador). Senhor, aproveita então esta oportunidade e manifesta a tua graça na salvação da minha alma, por meio do teu Filho Jesus Cristo. Amém”.


0 Comentários