Capa do livro o construtor de pontes
A ponte era feita de Clay, o garoto de argila, e você sabe o que dizem sobre argila, não sabe?

Do mesmo autor de “A menina que roubava livros”, foi lançado em fevereiro de 2019 pela Intrínseca, “O construtor de pontes”,  a nova obra de  Markus Zusak, escrito ao longo de treze anos.

O livro conta a história da família Dunbar – pai, mãe e cinco irmãos - com intercalações entre passado e presente, narrado pelo irmão mais velho Matthew. Cinco garotos unidos por um elo de amor que nem o luto, nem o abandono conseguiram quebrar.


Trecho do livro o construtor de pontes
"Quero lhe contar sobre meu irmão.
 Tudo aconteceu com ele.
 Todos nós mudamos por causa dele."



A entrega de um piano no endereço errado é o início da história da família Dunbar, é assim que a refugiada Penélope Lesciuszko conhece Michael Dunbar e juntos tem cinco filhos: Matthew, Rory, Henry, Clayton e Thomas – cada um com sua singularidade – brigam, travam batalhas, mas se amam. São personagens bem construídos, envoltos em seus conflitos peculiares, inerentes de um drama familiar.


Porém, após a morte de Penélope, seu pai Michael os abandona, e os irmãos crescem vivendo sozinhos: Matthew, como irmão mais velho, assume o controle de tudo, Rory é o valentão, Henry gosta de assistir filmes, Clay - o protagonista - é uma incógnita, corre todos os dias, como se estivesse preparando para uma competição, sempre com um pregador na mão e Tommy ama ter animais de estimação. Assim, os irmãos permanecem morando juntos na casa que era dos pais, um cuidando do outro. A convivência amorosa dos irmãos Dunbar, é uma das características marcante nesta história, pois apesar de tudo o que foi vivenciado por cada um deles, e mesmo o fato de  cada um absorver os acontecimentos de forma diferente, eles permanecem unidos e seguindo em frente.


Estávamos os cinco em casa.
Adormecidos em nossos quartos, sonhando.
Éramos meninos, mas também éramos um milagre:
Porque ali estávamos, deitados, vivos e respirando.

   

 Até que, um certo dia, Michael reaparece na casa que um dia foi sua, com uma proposta inusitada: construir uma ponte para atravessar um rio. E, instantaneamente, é rejeitado pelos filhos, com exceção de Clay, que aceita ajudar o pai. Tendo Michelangelo e a ponte Du Gard como inspiração, pai e filho se dedicam na construção da ponte que será feita de Clay, o garoto de argila, o personagem central do livro e o enigma da história. Aqui temos uma cena típica em muitos lares, um pai que abandona a família e retorna anos depois. Como perdoar alguém assim? Um dilema familiar complexo e nada incomum.


esboço da ponte de Clay


Eu daria a minha vida para um dia atingir a grandeza ďe Davi... Vivemos a vida dos Escravos.

 

O construtor de pontes possui em sua narrativa um certo suspense dramático, com capítulos curtos – o que faz com que a leitura não fique cansativa – é um livro sobre amor e culpa e, principalmente, sobre perdão. Uma história sobre a  construção de novos caminhos, de novos sentimentos e a restauração de relacionamentos. É um livro incrível, Markus Zusak, literalmente, nos arrebata para dentro da história.


Um garoto Dunbar pode fazer muitas coisas, mas deve sempre voltar para casa. 

Capa do livro o construtor de Pontes de Markus zusak

Título: O construtor de pontes
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca (1ª Ed. 2019)
Páginas: 526

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